Em conversas que vou tendo com amigas, algumas já casadas, uma coisa é unânime. Filhos, "ainda não"..., não chegou ainda o instinto, a vontade - "Ai não estou ainda preparada". Pois, não estamos ainda preparadas, de facto são giros, fazem umas coisas engraçadas, têm uma pele cheirosa, mas viramos as costas e sabemos que ficam nos colos das suas progenitoras. E claro nós, vamos para casa descansadas, a pensar no quanto sortudas somos, podemos alongar as horas de sono, somos rainhas do nosso dia, exceptuando o compromisso para com a entidade patronal que nos povoa de euros, que terão como destino coisas importantes como vestuário, livros, cinema, restaurantes e outras actividades deveras imprescindíveis. E não para fraldas, roupas para um ser que não pára de crescer, papinhas e mais papinhas... Mas lá vamos ouvindo - "eu com a tua idade já era mãe". Pois, e nós justificamos com a instabilidade laboral e de euros, a falta de tempo, o continuar a estudar, este é dito por mim - "ainda falta o mestrado e talvez o doutoramento". Mas ainda bem que não somos pinóquias e que o nosso nariz se mantém estacionário, porque no fundo, não estamos ainda preparadas para passarmos para segundo plano para sempre, tudo muda e ainda não queremos que mude. O meu drama pessoal é que o cheiro do instinto não me tem batido de todo à porta, nem consigo estruturar uma idade para o baptismo da maternidade. Bem, mas não se assustem, eu quero ter alguém que pertepue os meus genes e daquele que escolhi para comigo o partilhar e quero amar aquele ser, que em mim vai crescer e bombardeá-lo de beijos e de afectos mas as bochechinhas ainda vão ter que esperar!