Joana pensava que pertencer ao clube dos adultos, seria pertencer a um mundo de certezas, pertencer a um mundo de seguranças, onde medos não teriam licença de entrar. Mas eis, senão quando, Joana cresce e adquire o bilhete de entrada para o clube, para o clube dos grandes. E pensa que agora saberá sempre o que dizer, saberá sempre o que fazer, as dúvidas e as lágrimas mudam de residência, irá sempre confiar em si, nas suas potencialidades e o outro verá e sentirá tudo isto. No entanto, constata que a fórmula de sucesso do mundo dos crescidos não existe, porque crescer não se mede aos palmos nem encaixa com idades cronológicas. Temos que passar pelas coisas, temos que ganhar, temos que perder, temos que rir, chorar, não conseguir mas voltar a tentar. Não existem fórmulas, e um adulto não saberá sempre o que dizer, não saberá sempre o que fazer, terá medos, irá sentir-se inseguro. Talvez aprenda a tapar um pouco melhor as suas fragilidades, aprenda a chorar para dentro ou a esperar um sítio mais recolhido para o fazer. Mas sem dúvida que o crescido tem um ponto a seu favor, soma mais experiências, mais frustrações e vitórias, taças que lhe mapeiam os passos com mais sensibiliade, astúcia e sabedoria. E sabes Joana há uma coisa que está nas nossas mãos e que irradiamos ao outro, que é simpatizar-mos connosco, procurar melhorar, aprender, encontrar, mudar, pura e simplesmente por nós! E isto sim é crescer e faz-se com luta, perseverança e dia após dia até ao fim, porque ninguém pára de crescer, de ser crescido!
Fez uma reflexão muito interessante sobre o tema. E muito certa. Ansiamos por “ser grandes” e depois percebemos que não somos tão “grandes” como imaginávamos... O “ser grande”, vai-se atingindo aos poucos, numa atitude de procura . Como meta, nunca lá chegaremos porque não existe como coisa estática...
Como refere, de facto o “crescido” tem esse ponto a seu favor, mas o jovem tem outra grande vantagem. É mais destemido. Tem menos medos, sente-se mais identificado com o “agora”.
“ (...)
Se o mais velho, tem saber,
É o jovem, quem surpreende.
Não tem medo de perder,
Acredita e empreende.”
Um terno abraço
De ANA a 31 de Março de 2009 às 13:28
Podes crer, é mesmo isso! Ainda tenho memória de pensar que todos os meus receios e inseguranças, entre outros, iriam desaparecer quando fosse mais crescida. Foi um grande desapontamento e até outros medos ganhei com a perda da irreverência e imaturidade própria de uma jovem ! Mas agora estou a " enganar " outros "pequenos ingénuos", mostrando mta segurança, mta sabedoria entre outros e tbém eles vão pensar como eu pensei,ahahahah! Bom e mais não digo porque tu já disseste tudo o que havia para dizer.
Bêjos
Para Ana
Oá, Então considero-me enganada, ingénua número um... és fantástica a disfarçar e consegues fazê-lo muito bem... sempre te vi e vejo como pessoa segura, sem medos, que sabe sempre o que dizer e com uma visão das coisas prática e autónoma... sei que também choras, que tens medos, inseguranças, frustrações, mas para mim foi e é importante senti-te forte e modelo de referência, pois precisamos de sentir que estas pessoas em alturas menos boas se mascaram de fortes e sabedores, nos dão a mão, executam e ajudam-nos a caminhar, mesmo que por baixo de tudo isto morem sentires contrários!
Beijinhos enormes, escreves muito bem... tens que criar um blog
De
rosafogo a 1 de Abril de 2009 às 23:46
Olá Rita
Todos os sentimentos que descreve , nos acompanham pela vida fora. Somos fortes um dia, fracos no outro. Os ( muito crescidos) estão sempre a aprender.Eu adorava ser crescida, não sentir insegurança, resistir ás lágrimas e tudo o mais que não aprendi apesar da idade. Aqui no seu espaço estou sempre a aprender.
Um beijinho carinhoso
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