Achei interessante uma frase que vi numa série - "... éramos novos, discutimos, fiz as malas e tu não foste atrás de mim". Por vezes reagimos às coisas a quente, quantas vezes batemos com a porta, esperando que venham pedir que voltemos. Parece que é importante sentir que o outro sente a nossa falta, que reconhece o quanto damos sentido à sua vida terrena e, como tal, implora-nos para voltar. E tudo termina com um beijo avassalador e um abraço intenso. Pronto e, tudo volta a fazer sentido. O mundo volta a ser cor-de-rosa e o princípe volta a ser vulnerável, podendo-se transformar em sapo. Mas uma vez, ele não voltou, não foi implorar... e a sua vida, sem ela continuou a ter sentido. E agora... a rotina que tantas vezes Joana apelidou de enfadonha, rotineira e cinzenta, deixa de existir. As horas correm mais devagar, a agenda tem poucos contactos, a mão está só, o corpo sedento de calor e de companhia. E agora pensa joana?... talvez olhar de novo o que a rodeia, talvez não seja tão triste caminhar sozinha, talvez seja bom conhecer novos rostos, novas experiências e sentires... Joana está confiante, ele não voltou, mas não interessa porque agora quer começar de novo e abraçar uma outra vida que pensava já estar definida. Talvez Joana tivesse medo de deixar portos de abrigo, âncoras e raízes que a mantinham à superfície. Vai ter que passear sozinha, vai ter que sentir a chuva e o frio sozinha, aguardando que a transformação, que a flor da mudança jamais a deixe ficar presa a algo apenas por medo de viver outras coisas e momentos sozinha...!